E não é que a abertura da expo foi ótima???

Sábado de chuva e frio, re-abertura do MIS, a abertura não prometia muito. Eu bem acabado, porque na quinta acabou a luz na montagem, então ficou muita obra para montar na sexta. Saí de lá por volta das 4 da manhã. Então cheguei para abertura um caco.

Obra em primeiro plano do André Komatsu e a instalação luminosa do Triptyque

Na sexta recebi pesos-pesados na montagem como a Adriana Varejão, que está de malas prontas para três meses na Holanda, mas conseguiu uma brecha na agenda e veio para ver como ficou a exposição. E ela saiu feliz da vida. Com ela estavam a Waleska Soares e a Marcia Fortes. Na mesma hora, chegou o Edu Leme, da Leme Galeria. Todos foram unanimes que o Houssein Jarouche não deveria demolir a casa, porque ela é um lugar muito interessante para eventos como este.

De surpresa, o Kleber Matheus veio com nossa amiga em comum a Cibele Cavalli. Ficamos um bom tempo de conversa sobre arte e vida, já que a cantora está morando com um grupo de artistas em Londres. Saiu de lá com muitas idéias para levar de volta na bagagem. Bruno Gagliasso foi fazer compras na loja e acabou recebendo também uma visita rápida. Bem lindo e bem educado.

No sábado, aos poucos, os amigos foram chegando e tudo foi ficando mais animado mais para o meio da tarde. Só de carros estacionados pelos manobristas foram uns 120. Fora os que deixaram na imediações, vieram a pé ou de taxi. A lista foi tão grande, que mal deu tempo de dar atenção a todos. Dos blogueiros amigos: A Fe e a Cris do Oficina de Estilo tiveram sorte e ganharam visita guiada, porque chegaram num horário menos concorrido. Deu tempo de conversar bastante com a Olivia Hanssen do blog OH! e o Carlos Farinha.

Obra do inglês David Batchelor

Marcelo Roseunbaum foi com a Cris e a Adriana, seu braço direito e esquerdo no escritório. Marta Bogea que me deu uma superforça antes da montagem foi ver o resultado. Ricardo Van Steen deu uma passada bem no começo, antes do almoço. Entre os diretores de arte, os mais que queridos Claudio Magalhães e a Sachimi Garcia do Santos, a Sachi.

Os galeristas e artistas marcaram presença no sábado, apesar de estarem todos com suas respectivas galerias abertas e tiveram que passar também no MIS. Do clã da Vermelho foram Eduardo Brandão, Eliana Filkenstein, Marcelo Cidade, Marina Buendia, Gisela Motta e Leandro Lima. Jan Field também deu um tempo no UOL e foi dar uma passada por lá, com seu filho Antonio. O outro, o João, preferiu ficar em casa por causa do jogo do Corinthians. Edu Leme voltou no sábado e era só elogios. Luciana Brito, da Brito Cimino, chegou e ficou muito feliz com a intervenção da Rochelle Costi, uma das mais elogiadas da exposição. A dretora da Fortes Vilaça Ticiana Correa veio quase na hora de fechar.

Vista parcial da obra de Adriana Varejão

Quem veio também conferir Do outro lado do muro, foi o artista espanhol Javier Peñafiel, que está em São Paulo para desenvolver um trabalho específico para Bienal de São Paulo. Disse que foi uma surpresa ver este tipo de exposição por aqui e trocamos telefones para conversar mais.

Cavalo luminária do FRONT

Antonio Trigo, Denise Dahdah, Rodrigo Polack, Marcelo Sommer, Vicente Negrão, Aninha Strumpf da Garimpo Fuxique e Adriana Barra, Babu Bicudo com Paulo Bega, Felipe Morozini, Fernando Sapupo, Marcelo Gomes e Lele Toniazzo, foram o pessoal descolado da moda e fotografia, que deram seus pivôs na exposição. Karina Mota, da Surface to Air, trouxe a tiracolo, o criador do ICONS, o venezuelano Rafael Gimenez, que está de férias no Brasil. Muito simpático fez perguntas sobre a exposição e achou tudo muito cool e fresh. Ficou mais surpreso quando disse que era editor de moda da Playboy e fez uma private joke.

No final, já com os pés doendo de tanto subir e descer escadas, foi um dia bem feliz. Depois consegui dormir o sono dos justos e ainda levantar para a festança de 10 anos da MiCasa que foi um coisa também.

Aqui já na festa de 10 anos da MiCasa (foto: Alisson Louback) Você pode ver quem foi no Vogue RG.

Saiba + sobre O outro lado do muro

Como devem imaginar nem estou respirando e dormindo direito!!! Mas aqui vai mais informações sobre a exposição.

PONTO DE PARTIDA


Adriana Varejão Elegia Mineira, 2007 Blacklight
Cortesia Galeria Fortes Vilaça

A exposição Do outro lado do muro começou a ser pensada desde abril, com o convite do Houssein Jarouche que queria fazer alguma ação na casa que ele comprou do lado da MiCasa. Um evento que fizesse a ponte entre a arte e o design.
No começo pensei nos artistas que utilizavam objetos cotidianos nas sua trajetória artística. As galerias foram o ponto de partida, porque a MiCasa já tinha uma relação estreita com a Leme, eu com a Vermelho e a Alessandra Daloia já tinha manifestado um interesse em alguma parceria com a loja.
Por outro lado, os dois primeiros nomes não vieram diretamente das galerias. A Rochelle Costi, que é do casting da Brito Cimino, foi uma escolha natural pelo histórico dela. O outro foi o Luiz duVa, porque desde o primeiro dia que pisei na casa, pensei nele, e na obra Demolição, que ele apresentou no Sonar, que aconteceu no Tomie Othake.

Depois, fiz uma pesquisa nos artistas das galerias, fiz reuniões e os nomes foram surgindo. Confesso que no começo, era mais despretenciosa, mas ela foi tomando um vulto maior, pelos nomes e obras envolvidas. Ao final temos 19 artistas e designers nacionais e internacionais na exposição.


Marcelo Cidade Imóvel, 2004 Carrinho de supermercado e tijolos de concreto
Cortesia Galeria Vermelho

PONTO DE CHEGADA
É incrível como se pensa em algo no começo e quando vai se elegendo as obras a coisa muda de rumo inesperadamente. A situação de artistas que trabalham com o cotidiano foi se transformando e acabamos com 3 pequenos eixos que dominam espacialmente e conceitualmente a mostra. Temos o que chamo Da Rua a Casa com 2 obras. Uma do grafiteiro FLIP que vai fazer uma ação na piscina da casa, no dia da abertura e um neon do Kelber Matheus.

Depois no pavimento térreo da casa, há um aspecto construtivo, obras que dialogam com a construção e descontrução. Muitas obras tem o tijolo como matéria prima: André Komatsu, Los Carpinteros, Marcelo Cidade, Angela Detanico e Rafael Lain, Luiz duVa. Tripytique fez um projeto de iluminação que é ao mesmo tempo uma instalação. A Mariana Manhães completa esta segunda parte com uma videoinstalação onde sua construção está toda aparente.

No pavimento superior temos a apropriação e transformação de objetos cotidianos, desde cadeiras pela Adriana Varejão, tacos de madeira pelo Daniel Senise, garrafas pelo David Batchelor, papel de parede da Rochelle Costi, brinquedos pela Gisela Motta e Leandro Lima, espelho por Henry Krokatis, malas são os objetos do Renato De Cara e mais uma vez o tijolo tratado como escultura pelo Iran do Espirito Santo.

“A exposição DO OUTRO LADO MURO é inspirada na possibilidade de cruzamentos de linguagens, traz obras tanto de artistas quanto de designers que diminuem a noção de limites entre um meio e outro. Não se quer em afirmar que design é arte e sim procurar ampliar o horizonte do saber e do fazer. Ambos tem como ponto de partida o processo criativo, e o que antes era muito claro, hoje não podemos ver da mesma forma”


David Batchelor Walldela, 2006 10 recipientes plásticos, lâmpadas, cabos,plugs
Cortesia Galeria Leme

DO OUTRO LADO DO MURO
Abertura: 09 de agosto (para convidados)
Seg a sexta 11 às 18horas até dia 06 de setembro.
Micasa Rua Estados Unidos, 2109. Jardim América São Paulo.

A montagem da exposição Do outro lado do muro começou

Este é o momento mais difícil de uma exposição: a montagem. Imagine que tudo aquilo que foi pensado, discutido, acertado, vai tomando forma. As relações que foram estabelecidas no papel, vão ser colocadas a prova agora. Fazia tempo que eu não passava por isso. Frio no estômago.

Claro que ao final tem o desejo de agradar, de ser entendido, de ser reconhecido. Com o passar dos anos estas palavras foram ganhando outros significados.  Não quero ser agradável.  Não busco ser aceito. Não quero ser famoso.

Um dos significados da palavra agradar é transmitir satisfação a. Sim, isto eu quero. Mostrar o quanto vou estar satisfeito no dia 09, porque é mais uma etapa de um caminho longo.

Já entender, é perceber a razão de. É bom que a cada trabalho ainda é possível se emocionar por descobertas muito simples. de voltar a estudar, de perceber a razão do que me move.

Ser famoso, todo mundo vai ser por 15 minutos, de acordo com o Andy Warhol. Hoje, por menos tempo talvez. Por outro lado, é muito bom ser re-conhecido. Ser conhecido de novo por algo que não sabiam da gente. Por algo que a gente fez. Neste caso, mostrar trabalhos de artistas, propor um outro diálogo, me trouxe de volta experiências passadas, os acertos e erros, brigas e reconcialiações. Isso já foi o suficiente para eu me reconhecer.

Com tudo isso, ando meio sensível demais. Mas agora, é bom direcionar esta sensibilidade para o trabalho.

LCD Soundsystem Tribulations (trilha sonora da montagem)