Aproveitando que a Joana Frainer entrou aqui para fazer um comentário, já peguei ela para uma bate-bola. Nesta entrevista ela revela os detalhes de como o processo do SCMC colabora na sua formação, como se dá o envolvimento da empresa. Na verdade funciona como uma síntese de todos os que participaram do evento.
Vale a pena ler a entrevista, principalmente quando ela fala do trabalho coletivo que é um dos fundamentos da moda.
Trabalho em equipe: Anai Figueiredo, Anke Piske, Fernanda Marangoni e Joana Frainer nos bastidores do SCMC
FORA DE MODA: O que significou para você a participação neste evento?
JOANA FRAINER: Significou muito, creio que não só para mim, mas para todos que tiveram a mesma oportunidade. Acompanho o SCMC desde a primeira edição e desde lá venho me aperfeiçoando profissionalmente. Tive e continuo tendo oportunidades de fazer belas amizades, recebi várias propostas de empregos (três só ontem após o desfile imagine só, rsrs), de estar realizando um estágio na Renaux View que realizo com tanta paixão (esbarrei com a Renaux na palestra dos Irmãos Campana, oferecida pelo SCMC há um ano atrás), e de conhecer o processo de dessenvolvimento de uma coleção tanto dentro de fábrica quanto para a realização de um desfile. Tudo é muito emocionante e inesquecível, oportunidade única, eu diria. Me sinto honrada em ter participado. A equipe do SCMC é maravilhosa e apostam no potencial dos novos talentos de SC e isso é muito bom para todo mundo, não é?
FM: Como foi o processo criativo para desenvolver a coleção?
JF: Nós três (Anke, Fernanda e Joana) juntamente com a Maré Cheia e a UNIASSELVI apresentamos uma idéia para o Mario Queiroz, que acompanha todo o processo de dessenvolvimento da coleção e conforme cronograma do SCMC, através de reuniões mensais, discutiu-se até o seu aperfeiçoamento. Para nós, o desafio era apresentar na passarela a cultura de um povo primitivo, dos Maias em específico, sua força, sua densidade, sua magia cultural… Mas como??? Bom, acho que as sobreposições, volumes, de cores quentes e as brincadeiras com as estruturas têxteis traduziu bem o que queríamos passar… Nossa!!! Deu muito trabalho com o artesanal, mas o resultado foi melhor que o esperado….
FM: O Jason Bogo se mostrou bem empolgado com o lançamento. Como era a relação de vocês com o pessoal da Maré Cheia?
JF: Desde o início o Jaison era o mais empolgado srrs…. nós alunas estavamos com um certo receio em saber como seria a recepção da Maré Cheia, em aceitar o nosso trabalho, pois não se tratava de uma coleção comercial, o que era novidade para eles, principalmente para o Jaison. Era o nome e da empresa que estava em jogo. A Maré toda se empolgou, as equipes dos “Eu talhei”, “Eu ajudei”, “Eu costurei”…. srrsrs, foram maravilhosos e presentes. O “Eu me arrebentei” se arrebentou mesmo, a Anaí Fiqueiredo, estilista da empresa. Ela ficou conosco em cada minuto de trabalho, éramos uma equipe das boas, nos encontrávamos em horários surreais e trabalhávamos com empenho e entusiasmo e com muita diversão, na expectativa de que todo este trabalho manual desse certo. O resultado foi bom para todos nós, se construiu uma família durante estes meses de trabalho que será eterna… já estou com saudades!
OBS.: as frases como “Eu costurei” foram usadas em camisetas por todo o pessoal da Maré Cheia presente no evento
FM: Como você analisa seu curso e a relação com SCMC?
JF: O SCMC é a prática de toda a teoria que aprendemos em sala de aula, nos dois mundos da moda: o lado têxtil, de confecção, e o lado Fashion, das passarelas. Aprende-se tudo e mais um pouco, principalmente que sozinha não se faz absolutamente nada, o trabalho em equipe é prioridade no mundo da moda. Só aprendi e entendi realmente isto com este trabalho, e é exatamente o que os professores tentam mostrar para nós alunos durante os quatro anos de curso.
25 fevereiro , 2008
Categorias: Anai Figueiredo, Anke Piske, Fernanda Marangoni, Jaison Bogo, Joana Frainer, Maré Cheia, Mario Queiroz, Uniasselvi . . Autor: Ricardo Oliveros . Comments: 1 Comentário