Bienal de Arquitetura de Veneza para além da construção

A Bienal de Arquitetura de Veneza abre dia 14 de setembro e promete ampliar a visão da arquitetura. O curador norte-americano Aaron Betsky elegeu o tema “arquitetura além da construção”. No seu texto afirma que a “arquitetura é algo a mais(…), é o que nos permite se sentir em casa no mundo”. Por isso, o desafio dessa Bienal é estimular a experimentação sem cair na elaboração soluções abstratas para problemas sociais, é “ver se a arquitetura, pela experimentação do mundo real, pode oferecer algumas formas concretas ou imagens sedutoras”.

A lista de convidados para representar esta visão é bem ampla, que vai desde “estrelas” como Zaha Hadid, David Rockwell, Coop Himmelb(l)au, Frank Gehry, assim como grupos conceituais como o Atelier Bow Wow, que esteve aqui no Brasil na última Bienal de São Paulo, com aquela ponte que saia do prédio da Bienal. Ao invés de eu escrever sobre cada um deles, dei um link para os seus sites para quem quer saber +.


Caminho de macaco era o nome da obra do Atelier Bow Wow na 27a. Bienal de SP

A participação brasileira, uma das 56 representações nacionais presentes na mostra, terá curadoria do arquiteto Roberto Loeb e é bem ousada. Com o título “Não-arquitetos”. Um série de 100 depoimentos foram transformados num instalação de 200 m2 que mostram a relação de diferentes pessoas com a arquitetura. A proposta é que surja dessa coleção de depoimentos a imagem que cada cidadão tem da arquitetura, dos espaços vividos, de suas aspirações, sonhos, experiências, memórias e expectativas: as casas, a rua, a cidade, a escola, o objeto, o cinema, o teatro e todos os espaços e utensílios de suas vidas pessoais, familiares e profissionais. Acho a opção corajosa, porque o meio arquitetônico tem um quê de egocêntrico, então mostrar não os arquitetos e suas obras e sim a relação que as pessoas têm com o lugar, um avanço conceitual.


Croqui de Roberto Loeb para o pavilhão brasileiro

Os queridos arquitetos do Triptyque foram convidados para participar do pavilhão da França, batizado de “GénéroCité”. O escritório estará representada por dois projetos, o prédio da Rua Harmonia, já finalizado e o da Rua Fidalga, em construção. Ambos foram enquadrados nos projetos que privilegiam “o generoso sob a genérico”, que é a proposta do pavilhão.


Projetos do Tryptique nas ruas Fidalga e Harmonia

A curadoria do pavilhão é do coletivo French Touch, um grupo formado por uma nova geração de arquitetos frances que inventam com otimismo uma arquitetura cotidiana, popular e cheia de respeito ao meio-ambiente.

1 Comentário


Comments RSS TrackBack Identifier URI

Deixe um comentário