Umbro apostando na moda

Na sexta fui almoçar com Paulo César Viscardi, Diretor da Umbro Brasil, para conhecer mais de perto a marca. Como todos devem imaginar meu conhecimento de futebol é quase zero, torço pelo Flamengo e sei que ele começou bem no Campeonato, depois caiu, subiu, e tomou uma goleada do Atlético Mineiro na Maracanã.

Durante o almoço a conversa foi ótima e ele me contou as novidades da Umbro. Paulo é um gaúcho bem simpático e falou o que ele pensa sobre a moda masculina e fiquei bem surpreso com seu conhecimento. A certa altura, ele disse que o investimento na linha casual da Umbro deveria crescer, já que seus concorrentes entenderam que as marcas hoje não sobrevivem somente com linhas de alta performance. Foi ótimo porque é sempre bom conhecermos gente em alguma posição de comando dentro de grandes empresas olhando para a moda.

Confesso que achava que a marca era italiana, mas ela foi fundada pelos irmãos Humphrey, mais conhecidos como “Humphrey Brothers”, em 1924 na Inglaterra, mais precisamente em Manchester. No começo, contou Paulo, os uniformes eram feitos por alfaiates, então ele acha perfeitamente natural a associação da marca com uma linha casual. Bom link o dele.

Falei para ele que a marca deveria fazer uma linha de ternos especiais para os times que eles patrocinavam, pois hoje muitos jogadores são sinônimo de elegância como o Kaka, modelo das campanhas do Armani, ou mesmo o fashionista, Beckham, e isso seria uma contribuição muito boa em termos de imagem para o homem brasileiro.

Depois segui para o show room da marca. Lá vi agasalhos bem transados, tênis, cardigans de lã, vestidinhos para meninas, tudo com uma inspiração meio retrô, tendo tanto o símbolo da Umbro como padrão, referências da Inglaterra como sua bandeira. Tem uma influência também da cena underground londrina. Mas o que conta é mesmo o tal football style.

O showroom divide o espaço com uma guerrilla store com produtos da Nike, Puma, Adidas. Eles também tem uma marca própria, a Size. O ambiente lembra um loft industrial e tem sempre uma música eletrônica tocando por lá. Quem quiser conhecer fica R. Andrade Pertence, 68 – Vila Olímpia. Tel.:(11) 3881-5244.

Me perguntaram novamente se eu gostava de futebol. Fui sincero e disse que não, mas que me interessava pelo lifestyle ligado ao futebol. Bingo! Ganhei de presente um livro incrivel patrocinado pela marca em que o fotógrafo Levon Biss percorre o mundo atrás da relação do futebol em diferentes culturas e meio sociais.

Foto feito no Peru por Levon Biss para o livro One Love

Fiquei interessado na Umbro e nas suas relações com a moda. Entre uma googada e outra, descobri que o estilista britânico Kim Jones fez várias coleções para Umbro. Ele é um nome bem interessante e suas roupas são vendidas na Dover Street Market, Maria Luisa ( a loja multimarcas parisiense preferida da Legendária), Fred Segal, Opening Ceremony. Além disso ele foi o vencedor estilista da moda masculina pelo British Fashion Council em 2006.

Um dos inúmeros modelos de tênis que o Kim Jones criou para Umbro

E aqui tem uma entrevista feita pela Hint Magazine com Kim Jones nos bastidores da semana de moda de NY nos lançamentos das coleções Outono/Inverno 2007:

Final de semana cheio de surpresas: Diesel e Fischerspooner

Sábado era o dia da festa da Diesel, claro. Como sempre convites disputados a tapa e no final das contas como o Antonio Trigo, além de amigo querido, é sempre mais do que atencioso com as produções da Playboy, fomos em caravana fashion para lá: Denise Dahdah (linda de vestido preto da Coven), o stylist Rodrigo Polack, mais os queridos João Zambon e Mariana Di Pillae, ambos da Quem.

Anna Gelinskas solta vozeirão na festa da Diesel (foto de divulgação)

A entrada não estava nem um pouco drama, a Marcelona linda recebendo na porta, como já é tradição em todas as festas da Diesel. O galpão estava bem produzido, todo o casting de globais possíveis, modelos em profusão, fotógrafos em polvorosa. O povo da moda compareceu em peso. Bom ver a Olivia Hanssen com Carlos Farinha, minha “conterrânea” Chialin Chiang, Luigi Torres, Wilson Ranieri, Higor Alexandre, Renato De Cara. Quem arrasou mesmo foi a Anna Gelinskas nos seus 2 pockets shows. O único senão, é que estava um calor de matar e eu ando meio chato quando tem muita gente. Dá para ver as fotos na Vogue RG e a festa, aliás, as 17 festas, no hotsite especial da XXX Diesel.

No meio da festa recebo um torpedo dizendo que o Fischerspoone ia tocar de surpresa no DEdge às 3 da manhã. Horário ótimo, porque dava para aproveitar um pouco mais da festa e ir para o club que não estava nem um pouco longe dali.

No D-Edge, como trabalhei lá, e continuo amigo do Ratier, do promoter China e da host Luma Assis, me liberaram a entrada fácil e rápida. Fui apresentado ao Casey Spooner e aproveitei para falar do embroglio da Bienal. O Thiago Ney fez uma matéria sobre a dupla, que se apresentou sábado no Helvetia Music Festival, e acabou revelando que a performance original que eles pensaram não ia mais acontecer.

Fischerspooner faz o live PA surpresa no Dedge (foto Felipe Moreira)

“É uma pena. Eu adorei a idéia de via ao Brasil e apresentar um outro lado do nosso trabalho. Pensamos em algo bem teatral, que estava sendo desenvolvida com o Wooster Group. Agora não poderemos mais trazê-los. Vamos pensar numa outra forma de se apresentar”.

A coisa na Bienal de São Paulo está pegando fogo. O curador Ivo Mesquita mandou uma carta para o presidente da instituição Manoel Francisco Pires da Costa preocupado com o corte de 40% do orçamento, para o evento que começa dia 25 de outubro.

No mais, eles fizeram um live PA muito divertido, bem electro, mas com poucos vocais, misturado com alguns toques de minimal feito pelo Warren Fischer, que estava com a namorada argentina, divertida também, que claro, não lembro o nome.

Casey Spooner brincando de fazer carão (foto Felipe Moreira)

A certa altura, o Casey perguntou se eu era dançarino e qual era minha formação. Respondi que fiz dança contemporânea, mas que gostava mesmo é de butoh. Ele disse que ama dança japonesa e continuamos a fazer passinhos bem absurdos. Saí de lá com a luz do dia, naquele estado… Domingo de cama!